Base Bíblica: Tg 4.17
"Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado". O pensamento moderno tenta salvar o homem pecador propondo-lhe educação, filosofia e religião, com a finalidade de tornar bom o homem mergulhado na lama do pecado. Através de intentos e ideias moralistas, o homem procura apresentar-se diante de Deus de forma irrepreensível e aceitável, porém, a realidade do pecado é outra. Todos os homens são pecadores por natureza e indesculpáveis diante de Deus, ou seja, todos estão destituídos da glória de Deus (Rm 3.23; 5.12). Em consequência da afronta e desobediência do homem, o mundo entrou num período de mortes, desarmonias, conflitos e angústias
O QUE É O PECADO?
Definição teológica. [Do *hb. hattah; do gr. hamartios; do lat. **peccatum] Transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Pode-se dizer do pecado, o mesmo que *errar o alvo, ou ainda, **dar um passo em falso. O pecado pode ser evidenciado em palavras, atos ou um desejo contra as leis de Deus.
O que a Bíblia diz sobre o pecado? Pecado é iniquidade, desobediência consciente aos mandamentos divinos (I Jo 3.4; 5.17). Pecado é uma infração premeditada e racional aos preceitos de Deus (Sl 51.3; cf. II Sm 7.14).
A ORIGEM DO PECADO
A origem no universo. O pecado já estava presente no universo antes mesmo da queda do homem. Isso é evidente pela presença e pelas alegações do tentador, no Jardim do Éden (Gn 3.1-4). De acordo com a Bíblia, o pecado teve origem no coração de Lúcifer (Jo 8.44), que movido pelo orgulho, por sua beleza, sabedoria e esplendor, intentou em seu coração edificar um trono acima do trono de Deus (Ez 28.13-18; cf. Is 14.12-15).
A origem na humanidade. O pecado humano foi evidenciado num ato irreparável de desobediência a voz de Deus, desonrando a Sua autoridade, justiça, sabedoria e bondade. Adão e Eva foram impelidos por sua própria concupiscência e assim caíram em tentação. Ambos foram persuadidos por Satanás que já excluído dos favores divinos, investiu pesado contra o ser humano, induzindo-os ao erro e à rebelião voluntária contra o Santíssimo Deus (Gn 3.1-23).
AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
A toda raça humana. O pecado não se limitou apenas a Adão e Eva, mas igualmente a todos os homens. Além da trágica condenação, o ser humano foi completamente destituído da glória de Deus e toda raça humana contaminada pelo pecado (Rm 3.10,23; 5.12,18,19). O pecado conduziu o homem à morte física, espiritual e eterna (Rm 6.23; Ef 2.1-5; cf. Jo 5.24).
A toda criação. Os efeitos da queda humana se estenderam também às demais criaturas e toda natureza, pois tudo aquilo que o homem dominava e administrava foi amaldiçoado (Gn 3.17; Rm 8.19-21). O pecado foi um acontecimento na dimensão espiritual humana, mas teve terríveis consequências sobre a criação inteira.
Quem vive no pecado contrai maldição. Aquele que vive na prática do pecado acaba contraindo maldições e tudo o que ele faz dá errado. O pecado destrói seus bens, sua família e a sua própria vida (Is 24.1-8; Jr 23.10).
Quem vive no pecado contrai enfermidades. Muitos são os pecados que resultam em enfermidades, angústias e tribulações (Rm 2.9; I Cor 11.30; I Jo 5.16). Sem contar com aqueles que já “dormiram” (I Cor 11.30).
O PECADO IMPERDOÁVEL
Blasfêmia contra o Espírito Santo. É a descrença ou rejeição persistente e deliberada à obra especial do Espírito Santo (Jo 16.8; Rm 8.14,26,27). Jesus advertiu que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada (Mt 12.31,32; Lc 12.10). A atitude não responsiva e incrédula conduz o homem a um estado de extrema insensibilidade moral e espiritual. Por isso, negar, zombar, ridicularizar ou até mesmo fazer julgamentos precipitados sobre a ação do Espírito Santo, constitui-se blasfêmia contra Ele, e, portanto, pecado imperdoável (Mc 3.20-30). O homem se torna “culpado de um pecado eterno”. Ananias e Safira são exemplos reprováveis de “crentes” que se deixaram levar pela mentira contra o Espírito Santo (At 5.1-11).
VERDADE SOBRE O PECADO
Não devemos jamais associar ou determinar o que é “pecado” de acordo com “costumes”, “questões culturais”, “dogmas doutrinários” ou mesmo confundir com “decoro denominacional”. O pecado não se limita ao espaço de tempo ou lugar, antes, é nos dias de hoje, foi no passado e será no futuro, é aqui, é ali e acolá. É preciso analisar a luz da Bíblia o que é, de fato, transgredir os preceitos do Senhor (Gn 6.5; Mt 24.38 cf. Rm 1.18-32). Um exemplo prático do que estamos analisando é a “elaboração” dos dez mandamentos (Ex 20.12-17 cf. Mc 10.19). Só que Jesus foi mais além, revelando que o pecado não se resumia meramente a prática, mas proporcionalmente nas intenções do coração (Mt 5.27,28).