Base Bíblica: Lc 1.26-55.
Ao esclarecer este tema,
não temos o propósito de insultar ou desmerecer a fé daqueles que a professaram
e acreditam em sua divindade, mas, contribuir com o pleno conhecimento da graça
divina e da genuína doutrina bíblica cristã. Maria, mãe de Jesus, é uma das
figuras mais importantes e admiráveis da Bíblia. Sua vida foi marcada pela fé,
humildade, e, sobretudo, pela obediência à vontade de Deus. Isso lhe deu uma
posição única e proeminente na história da humanidade, como mulher
bem-aventurada e agraciada por Deus para dar à luz ao Messias prometido, o
salvador Jesus Cristo. Maria é uma figura muito amada e admirada no mundo
inteiro, dada sua relevância no propósito divino. Sua vida é um exemplo a ser
seguido pela juventude.
É de suma importância ressaltar que apesar de tal relevância, não devemos confundir a sua linda
história com as doutrinas marianas defendidas pela igreja católica, que lhe
apresenta como “divina”, sem pecado, intercessora ou mesmo redentora. Não há na
Bíblia, nenhum registro de milagres que ela tenha realizado, muito menos,
ensinamentos que justifiquem tal doutrina. Maria não desfrutava de poderes
sobrenaturais, muito menos de atributos divinos, como: eternidade, santidade, onipotência,
onipresença e onisciência. Pelo contrário, Maria compartia da mesma natureza
humana e pecaminosa de todos os homens, e, por isso, carecia de salvação.
Vamos descrever algumas
razões bíblicas e ao mesmo tempo lógicas, pelas quais entendemos que não
devemos adorar Maria, tampouco, tê-la como intercessora pessoal junto ao Senhor.
Como irmã em Cristo, respeitamos e admiramos sua linda história, porém, não
podemos “divinizar” sua vida, feitos e história, apresentando-a erroneamente
como “mãe de Deus”.
1 - Natureza humana e pecaminosa; Não divina.
“Não há um justo sequer...”
(Rm 3.10 cf. Ec 7.20).
1.1 -
Maria não desfrutava de natureza divina como propõe a teologia católica, e,
sim, humana (Lc 1.26-35). Ela reconheceu a soberania divina estando plenamente
e humildemente submissa à vontade de Deus aceitando a missão a qual o Senhor
lhe havia confiado e o fez como “serva” de Deus, e não, “mãe” de Deus (Lc
1.37,38,48,49). Maria foi escolhida por Deus como caminho natural da vinda do
salvador ao mundo, no entanto, a concepção de Cristo não foi fruto do
relacionamento entre José e Maria, e sim, obra e graça do Espírito Santo (Mt
1.20; Lc 1.35). A expressão “virgem” (Lc 1.27 cf. Is 7.14; Mt 1.23), nos dá a
plena certeza disso, pois ela não “conhecia”, isto é, não tinha relações com
homem algum (Lc 1.34). Alguns defensores da doutrina mariana argumentam que a
Bíblia não trata sobre a morte de Maria, e, que, portanto, este “mistério”
poderia ser uma evidência da sua divindade. Mas o fato é que não há comprovação
bíblica capaz de fortalecer tal ensinamento.
1.2 - Maria era noiva de
José (desposada, nesse contexto, significa prometida), e o seu casamento se
“consumou” depois do nascimento de Jesus (Lc 1.27 cf. Mt 1.18,25). Mais
adiante, lemos nas Escrituras que José e Maria tiveram filhos (Mc 6.3). Se
antes do casamento a virgindade era, e ainda é vista como um padrão divino à
sociedade, após casar-se, gerar filhos seria logicamente uma grande bênção e
algo natural num relacionamento conjugal feliz, abundante e frutífero (Gn 1.28;
Sl 127.3,4; 128.3).
1.3 - O Pecado corrompeu
a natureza humana, por isso que todos pecaram; A consequência disso é a morte a
todos os homens (Gn 2.17; 3.6; Rm 5.12,15-19; 6.23; 8.6; I Cor 15.21,22 cf. Sl
51.5; 58.3). Todos pecaram e se extraviaram; Todos estão debaixo do pecado;
Destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.9-12,20,23; 11.32 cf. Is 59.1,2). Não
somos pecadores por praticar o pecado. Pecamos porque somos “pecadores por
natureza” (I Jo 1.8-10 cf. I Rs 8.46; II Cr 6.36; Pv 20.9). Não estamos
tratando meramente de prática do pecado, e, sim, da natureza caída e pecaminosa
do homem (Rm 7.17-20; Gl 5.17).
2 - Ao único Deus verdadeiro, devemos prestar culto
e adoração.
“Ao Senhor, teu Deus,
adorarás e só a Ele servirás...” (Mt 4.10; Lc 4.8).
2.1 - Se na teoria, a igreja
católica ensina que existe diferenças entre o ato de adorar e o ato de venerar,
na prática, isso não existe, pois as pessoas se dirigem a Maria, fazendo
orações, súplicas e petições, prestando-lhe culto, louvor e adoração. A Bíblia
nos ensina que Deus não divide a sua glória com ninguém e que somente a Ele
devemos prestar culto. “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha
glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura...” (Is 42.8). “Não farás para ti imagens de esculturas; Não terás outros deuses diante
do Senhor; Não tomarás o seu nome em vão” (Ex 20.3-7; Dt 5.7-11; 10.20,21;
11.1).
2.2 - Maria adorou ao Senhor em
sua vida, em sua crença e em seu cântico (Lc 1.46-55). As Escrituras nos afirmam:
Não há Santo como nosso Deus (I Sm 2.2; Lc 1.49; I Pe 1.15,16). Ele é o Senhor,
e não há outro (Is 45.5,6,18,21,22; 46.9; Ef 4.6; I Tm 2.5 cf. I Rs 8.60). Ele
é o único Deus onipotente, onisciente e onipresente (Gn 17.1; Jr 32.17; Sl
139.7,8; Pv 15.3; Hb 4.13 cf. Mt 10.30).
2.3 - Não devemos adorar ou
sacrificar a ídolos, pois os ídolos nada são no mundo e os que os adoram
tornam-se semelhantes a eles (I Cor 8.1-7; Sl 115.1-8; Is 45.20); Nem a homens,
animais ou natureza (At 10.25,26 cf. Dt 4.15-19; Rm 1.21-25).
3 - Não existe comunicação entre os vivos e os
mortos.
“Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo...” (Hb
9.27 cf. II Cor 5.10).
3.1 - A Palavra de Deus
nos diz: E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volta a Deus, que o deu
(Ec 3.20; 12.7 cf. Gn 3.19; Jó 34.14,15).
3.2 - Os mortos não têm
poder ou conhecimento; Jamais terão parte em nada que acontece debaixo do sol
(Ec 9.5,6,10 cf. Jó 7.9,10; 14.10-12; 17.1; Sl 6.5; 115.17).
3.3 - Os que “dormiram”
em Cristo estão guardados em Deus para a ressurreição e arrebatamento da Igreja
(I Ts 4.13-17 cf. Lc 16.22,23,26; 23.43).
4 - Só Jesus Cristo salva; Ele é o único mediador;
Única verdade.
“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo
homem” (I Tm 2.5).
4.1 - Maria reconheceu
que seria salva por Jesus e engrandeceu ao Senhor diante da notícia promissora
do nascimento do Messias (Lc 1.46,47). Ela acreditava piamente na promessa
messiânica (Lc 1.49-55).
4.2 - Jesus Cristo é o
único caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6); Ele é a porta (Jo 10.7,9); A única
esperança (I Tm 1.1 cf. Cl 1.27); Pão da vida (Jo 6.35,48,51); A luz do mundo
(Jo 8.12; 12.46); Ele é a ressurreição (Jo 11.25); A videira verdadeira (Jo
15.1,5); Ele é a propiciação pelos nossos pecados (I Jo 2.2 cf. Hb 10.12; I Pe
2.24).
4.3 - Só Jesus Cristo
salva, intercede, opera milagres, perdoa pecado; A obra vicária realizada por
Ele na cruz, isto é, sua morte e ressurreição garantem a todos os que creem a
vida eterna (Jo 3.16; At 4.12; Rm 3.22; 5.1,8-11; 6.23; 8.34; 10.9-13; Hb
10.12; I Jo 2.1,2).
Por Elder Dayvid Morais
Missionário em Guayaquil, Equador.
Missionário em Guayaquil, Equador.