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Estudo Bíblico: ACERCA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

A doutrina bíblica da Santíssima Trindade é clara e evidente. Discutir sobre este assunto sem submeter-se à autoridade da Palavra de Deus será ilógico, até mesmo incoerente. A mente humana jamais compreenderá esta doutrina, se o coração não estiver disposto à adoração e serviço ao Senhor nosso Deus e à obediência plena pela fé em sua Palavra (I Tm 4.1-7 cf. Jo 4.24).


ACERCA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Conceito Bíblico Teológico. Doutrina segundo a qual a Divindade, embora “una” em essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Três Pessoas iguais na substância e nos atributos naturais e morais.
O simples fato de não constar nas Escrituras o termo “Trindade”, não apaga esta verdade bíblica e absoluta. Sua evidência é comprovada de forma incontestável, tanto no Antigo, como no Novo Testamento. Está mais do que provado que não se trata de três deuses, e, sim, o único Deus existente, trino e verdadeiro (Is 44.6-8; 45.22; I Cor 8.4). As Escrituras nos revelam que: O Pai é Deus (Fl 2.11; II Pe 1.17), O Filho é Deus (Jo 1.1; 14.10; Ap 1.8), O Espírito Santo é Deus (Jo 16.13-14; At 5.3,4; 13.2). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são três divinas e distintas Pessoas, desfrutando da mesma natureza (II Cor 13.14).


EVIDÊNCIAS INDISCUTÍVEIS E INEGÁVEIS

“Façamos o homem...”. A expressão no plural “façamos”, nos leva a entender a lógica distinção de pessoas, contudo, comunicando-se de maneira interpessoal, o que só seria possível através da unidade de pessoas na Deidade. A expressão “à imagem de Deus o criou...”, nos revela o único Deus existente (Gn 1.1,26,27 cf. 3.22; 11.7).

Na Concepção de Cristo. Aqui se revela mais uma evidência plena da relação interpessoal da Trindade. “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35 cf. Mt 1.20).

No Batismo de Jesus. Na passagem descrita nos quatro evangelhos, encontramos mais uma evidência da existência da Trindade. O Deus Pai falando desde o céu, o Espírito Santo descendo em “forma corpórea, visível”, como uma pomba (um dos símbolos), e o Filho sendo batizado nas águas (Mt 3.16,17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34).

Na Oração de Jesus. “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador...”. A expressão “outro consolador” indica outro da mesma natureza, isto é, o Pai é o Consolador, Jesus é o Consolador e o Espírito Santo é o Consolador (Jo 14.16). Três membros da deidade gozando do mesmo caráter e essência, formando o único Deus consolador!

Na Ordenança de Jesus. O padrão divino para o batismo nas águas deixado por Jesus menciona as três Pessoas. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo...” (Mt 28.19).


O DEUS CRIADOR, ETERNO E VERDADEIRO

O nosso Deus é digno de toda honra, toda glória e todo louvor. A definição teológica nos afirma que Deus é um Espírito pessoal, perfeitamente bom, que em santo amor domina e sustenta o universo. É preciso entender, que todo comentário ou texto bíblico que examinarmos deve ser evidenciado com um coração disposto à adoração, ao serviço e à obediência plena ao Senhor nosso Deus. Nossa maneira de “compreendê-lo” nunca deve está baseada em suposições, muito menos da maneira em que gostaríamos que Ele fosse. Pelo contrário, devemos crer que Ele realmente existe, criou todas as coisas e decidiu revelar-se através da Palavra.
Quanto a sua existência, a Bíblia é clara e objetiva ao apresentá-lo como sendo o ponto de partida da criação de todas as coisas: “No princípio, Deus criou os céus e a terra...” (Gn 1.1). Deus é revelado como criador (At 17.24-28), que em santo amor sustenta e domina todo o universo (Sl 19.1; Rm 1.20). Deus existe por si mesmo e para existir não precisou de causa ou força externa: Ele tem a vida em si mesmo. Deus é absoluto e infinito! (Is 43.13).

Atributos Naturais. São qualidades divinas que o leva a se relacionar com o universo. Estes atributos podem ser classificados como incomunicáveis; apenas o Todo-poderoso os possui.

1 - Espírito e Eterno. Deus não está limitado pelo tempo. Ele muda os tempos e as estações, Ele é o Rei dos séculos, de eternidade a eternidade, Ele é Senhor! (Jo 4.24; Dn 2.21; Sl 90.2; I Tm 1.17).

2 - Onipotente. Deus é soberano, todo poder está em suas mãos, Ele opera em nós, tanto o querer, quanto o efetuar (Gn 17.1; Jó 42.2; Is 43.13; Jr 32.17; Lc 1.37; Fl 2.13).

3 - Onipresente. Deus está em todo lugar, próximo de todos. Deus não conhece limites; não há limites à sua presença (Sl 139.7-10; Pv 15.3).

4 - Onisciente. Deus conhece a Si próprio e todas as coisas, quer sejam reais ou possíveis, diante Dele passado, presente e futuro estão em tempo real (Mt 10.30; Hb 4.13).

Atributos Morais. Designam-se assim as qualidades do caráter do Todo-Poderoso. Podem ser apresentados como atributos comunicáveis.

1 - Amor e Fidelidade. Deus prova o seu amor para conosco (Jo 3.16 cf. Rm 5.5,8). Sua fidelidade é o firme compromisso em cumprir todas as promessas (Js 23.14; Sl 33.4; II Tm 2.13).

2 - Santidade. Este atributo revela a perfeição moral do nosso Deus, que por natureza é separado do pecado (Lv 11.44; 19.2 cf. I Pe 1.16; Ap 4.8).

3 - Bondade e Misericórdia. Apesar de distintos entre si, estes atributos caminham em harmonia (Sl 23.6; 100.5; 145.8,9; Lm 3.22,23).

4 - Justiça e Retidão. Ele ama e julga o seu povo com justiça e retidão (Sl 33.5 cf. 72.2). Em Cristo Jesus, somos justificados (Rm 3.24-26).


O SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO

O Verbo. João 1.1 nos revela Cristo Jesus mediante a expressão grega logos, que significa “palavra”, “declaração”, “mensagem” ou ainda “o ato de falar”. Mas é só analisar criteriosamente o texto, que será possível reconhecer que o termo logos tem um sentido específico, um significado especial. O versículo demonstra que “o Verbo estava com Deus” e o “Verbo era Deus” são expressões simultaneamente corretas e verdadeiras, pois descrevem uma existência distinta e pessoal de um ser real. Isto quer dizer que não houve sequer um período em que o Logos não existisse juntamente com Deus. Cristo não foi criado; Ele é eterno, e sempre esteve em plena comunhão com Deus e com o Espírito Santo (Mc 1.10,11 cf. I Jo 5.7). Essa é uma das principais passagens bíblicas que comprovam a existência da santíssima trindade e atuação indiscutível de Cristo Jesus.

Criador de todas as coisas. Ele é o primogênito de toda a criação (Cl 1.15-19 cf. I Cor 8.6). Isto não significa que ele tenha sido criado, pelo contrário, “primogênito” tem o sentido de “preeminente”, ou seja, o que ocupa o lugar mais elevado, superior, sublime (Sl 89.27). Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele (Is 41.4 cf. Cl 1.17).

   Jesus Cristo, verdadeiro homem. Cristo não era um “homem com poderes especiais” ou um super-homem, mas, em essência, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. A Bíblia nos ensina que Jesus detinha a humanidade em todos os aspectos da vida, com exceção da contaminação e prática do pecado (II Cor 5.21; I Pe 2.22). Em sua natureza humana sofreu com as limitações inerentes ao corpo, tendo sede (Jo 4.7; 19.28), fome (Mt 4.2), cansaço (Jo 4.6) e sono (Mt 8.24). Jesus nasceu, cresceu, viveu e se alimentou das mesmas comidas que todos se alimentavam. Ele sentiu as emoções humanas, sentiu dor, tristeza, angústia, assim como também sentiu alegria e esperança (Mt 26.36-38). Ele não usurpou ser igual a Deus, mas tornou-se semelhante a todos os homens (Fl 2.5-7). Jesus também passou pela experiência da morte (Lc 23.46).

     Jesus Cristo, verdadeiro Deus. A Palavra do Senhor nos oferece muitos testemunhos poderosos sobre a divindade de Cristo. Como já vimos anteriormente, o “Verbo” existia como o próprio Deus, “tornou-se” carne e habitou entre nós (Jo 1.1-5) e o próprio Jesus expôs a sua divindade (Jo 8.58). O seu nascimento foi uma concepção sobrenatural, com uma atuação direta e especial do Espírito Santo (Mt 1.18-20; Lc 1.35). Jesus também falou sobre a unidade divina entre Ele e o Pai (Jo 10.30,38; 14.8-11). Logo é indiscutível afirmar que Jesus também detinha a natureza divina (I Jo 5.20). Ele conhecia os corações (Mt 9.3,4), perdoava pecados (Mc 2.5), recebeu adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25 cf. 4.9,10) e sem dúvidas exerceu poderes e prerrogativas divinas, como por exemplo, na passagem da transfiguração quando diante dos discípulos revelou quem realmente Ele era: Deus em corpo humano (Mt 17.1-6 cf. Ap 1.14-16).

     Único e Suficiente Salvador. Ele nos garante a vida eterna. A obra vicária de Cristo na cruz nos livrou da condenação eterna (Jo 3.15,16; 5.24; 6.22,23; Rm 8.1,33, 34). Ele nos garante o perdão dos pecados e o livramento da morte iminente (Rm 5.1,8; 8.2). Ele é o único mediador entre Deus e os homens, descartando assim qualquer outro ensinamento a respeito da intercessão (I Tm 2.5; Jo 14.6 cf. Hb 7.25).


O ESPÍRITO SANTO DE DEUS

    Espírito Santo. [Em hb. Ruah Kadosh; em gr. Hagios Pneumathos]. Dotado de personalidade e vontade próprias. Possui os mesmos atributos espirituais e morais do Pai e do Filho (I Jo 5.7 cf. I Cor 12.3).

     Títulos ou Nomes. É possível descrever alguns nomes ou títulos atribuídos ao Espírito Santo: Espírito de Deus (I Cor 3.16), Espírito da Verdade (Jo 14.17), Espírito de Vida (Rm 8.2), Espírito de Cristo (Rm 8.9), Espírito da Graça (Hb 10.29), Espírito da Santificação (Rm 1.4), Espírito da Glória (I Pe 4.14), Espírito Santo da Promessa (Ef 1.13), Espírito de adoção (Rm 8.15) e Espírito do nosso Deus (I Cor 6.11).

    Personalidade própria. Como pessoa, o Espírito Santo tem vontade própria (I Cor 12.11), pensa (Rm 8.27), e também sente tristeza (Ef 4.30). Ele fala (Ap 2.7), comanda a obra do Senhor (At 16.6,7), e sofre resistência por parte das pessoas (At 7.51).

    Propósito especial. Não há como determinar o principal propósito do Espírito Santo, pois tudo o que Ele realiza fortalece a nossa fé e é vital para o Reino de Deus. No entanto, Ele tem uma função essencial, sem a qual tudo o que se tem dito até agora não passa de palavras vazias: o Espírito Santo é o penhor que nos garante a participação na herança conquistada por Cristo (II Cor 5.5; Ef 1.13,14; Ef 4.30).

 Atuação no Antigo Testamento. Dentre muitos exemplos da atuação pessoal do Espírito Santo no A. T., podemos citar o texto em que o Apóstolo Paulo revelou: “Bem falou Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías”. (At 28.25,26 cf. Is 6.9). Outro exemplo, a profecia ministrada pelo profeta Joel (Jl 2.28,29 cf. At 2.17,18).

    Atribuições peculiares. A obra do Espírito Santo como Consolador evidencia a sua atuação como Espírito da Verdade que habita em nós (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7), convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11), habita em nós para completar a transformação que iniciou no exato instante da nossa conversão em Cristo (Jo 3.16), e ainda, como intercessor do crente, Aquele que conhece e sonda os corações (Rm 8.26,27). Ele é Aquele que nos guia em toda verdade (Jo 16.13; Rm 8.14). O Espírito Santo é Aquele que distribui os dons espirituais a cada um como lhe apraz, afim de, edificar, exortar e consolar a Igreja (I Cor 12.1-11; 14.3).

    Atuação direta e indispensável. Ele dá testemunho de Cristo (Jo 15.26), nos faz lembrar tudo que Cristo nos ensinou (Jo 14.26), santifica e justifica (I Cor 6.11; I Pe 1.2), reveste de poder (At 1.8; 2.17,18; 4.31), vivifica (Jo 6.63; I Cor 3.6), e nos ajuda em momentos de fraquezas (Rm 8.26).

  Símbolos do Espírito. Nas Escrituras Sagradas, encontramos os símbolos que representam o espírito santo e a sua atuação.

      1 - Vento. Em todas as circunstâncias, o vento representa vida, uma ação poderosa, que apesar de invisível, podemos senti-lo. A ação do Espírito também não é visível, mas podemos percebê-la (Jo 20.22; Ez 37.9,10,14).

     2 - Água. Jesus certa feita, referindo-se ao Espírito Santo, prometeu aos que cressem rios de “águas” vivas (Jo 7.38,39). O Espírito flui da Palavra como rios de águas vivas para dá vida e sustentá-la. Em Jo 3.5, Jesus afirmou que para entrar no Reino de Deus, seria necessário nascer da água e do Espírito, certamente referindo-se à obra purificadora do Espírito Santo.

    3 - Fogo. O aspecto purificador do “fogo” é revelado claramente no dia de pentecoste, marcando a vinda do Espírito de Deus. Esse símbolo, via de regra, representa o Batismo no Espírito Santo (Mt 3.11).

      4 - Pomba. Segundo o relato dos quatro evangelhos, o Espírito Santo desceu sobre o Senhor Jesus na forma de pomba (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32,33 cf. Is 11.2).

      5 - Óleo. Este símbolo representa a consagração divina do crente para o serviço do Reino de Deus. Citando Isaías 61.1,2, Jesus afirmou: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois me ungiu para evangelizar...” (Lc 4.18).
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