Ao falar sobre o batismo nas águas, queremos apresentar a definição, a importância e os aspectos essenciais desta doutrina, do ponto de vista bíblico e histórico. A Palavra de Deus por si mesma já nos esclarece este assunto, porém, para não se ater as polêmicas ou conotações denominacionais, precisamos aliar as referências bíblicas ao contexto histórico do batismo nas águas na dinâmica da igreja. Essa prática vai além da religiosidade comum e tem grande representatividade bíblica, espiritual e histórica para os cristãos.
O QUE REPRESENTA O BATISMO NAS ÁGUAS?
Conceito. Batismo [Do gr. baptisma, mergulho, submersão, imersão] é um ato cristão de obediência voluntária e um testemunho público do desejo pessoal de seguir a Cristo e os seus ensinamentos. É a identificação com Ele. O batismo não é apenas uma cerimônia religiosa, mas uma experiência única e especial na vida do crente (At 2.38-41). O batismo envolve uma confissão de fé no Senhorio de Cristo (At 8.36-39; Rm 10.9,10).
Simbolismo. Representa uma experiência espiritual simbólica, contudo também real. Pelo batismo nos apresentamos como “mortos” (Rm 6.3-9). Pela imersão sepultamos o “morto” (Cl 2.12). Ao sair das águas, ressuscitamos para andar em novidade de vida (Cl 3.1-3). Simboliza ainda, o arrependimento para remissão de pecados (Mt 13.11; Mc 1.4). É a circuncisão do coração; no V. T., os judeus tinham como selo de sua fé a circuncisão; no N. T., ela acontece no coração (Rm 2.28,29 cf. Cl 2.11,12).
Ordenança. Jesus não só ordenou o batismo (Mt 28.19; Mc 16.16), como ele mesmo se submeteu com toda humildade e alegria, a fim de cumprir a vontade de Deus (Mt 3.13-17). Além dos discípulos, seguem vários outros exemplos, inclusive, o exemplo do apóstolo Paulo (At 9.17,18).
Para quem é o batismo? O batismo nas águas é uma parte essencial da obediência; não é opcional. Recusar o batismo nas águas é viver em desobediência à Palavra de Deus. Em muitos textos, encontramos pessoas que ouviram, creram e receberam a Palavra de salvação, e logo eram batizadas: Os samaritanos creram e foram batizados (At 8.12-15); O eunuco em Gaza (At 8.35-38); Pedro ordenou que os gentios fossem batizados (At 10.47,48); Os novos convertidos em Corinto e em Éfeso (At 18.8; 19.4,5). O arrependimento, fé e confissão sempre precediam o batismo nas águas e isso exclui claramente o ensino do batismo infantil.
MÉTODO BÍBLICO E HISTÓRICO
No curso da história, por várias razões, apareceram outras formas de batismo, como aspersão e até por banho. Entretanto, como o batismo é uma identificação com Cristo em sua morte e ressurreição, e, é exatamente isto que a imersão significa, não devemos praticar outras formas de batismo. Temos muitos exemplos (Mt 3.16; At 8.38,39). Não há lugar específico para o batismo, basta que o lugar tenha água suficiente para a imersão.
A RELAÇÃO INTRÍNSECA
No N. T., o batismo se tornou o rito de iniciação na comunidade cristã, onde os novos convertidos eram admitidos como membros daquela igreja e compartilhavam entre si da mesma fé em Cristo (At 2.41-47 cf. I Cor 12.12,13). Depois de tudo o que já estudamos, é inevitável reconhecer perfeita ligação entre o batismo nas águas, os membros da igreja e a santa ceia do Senhor. Algumas igrejas já não atentam mais para esse contexto bíblico e histórico, com isso, o que vemos muitas vezes são pessoas descompromissadas com o Reino de Deus, que mais não sentem o gozo da salvação e que participam da santa ceia do Senhor sem ao menos examinar-se (At 2.41,42; I Cor 11.27-30).
A CEIA DO SENHOR
A Santa Ceia. [Do lat. coena] Como também é conhecida, é uma cerimônia ou memorial realizada pelos cristãos em cumprimento à ordem do Senhor Jesus (Mt 26.26-29; I Cor 11.23-26). É um ato solene onde o objetivo principal é lembrarmos o que Cristo fez por nós. Também representa comunhão entre os membros do corpo de Cristo (I Cor 10.16).
Elementos simbólicos. O pão que simboliza o corpo o Senhor partido por nós. E o vinho ou cálice, representa a nova aliança do sangue de Jesus para remissão dos pecados (Mt 26.26-28 cf. I Cor 11.23-25).
COMO DEVEMOS PARTICIPAR DA CEIA?
Propósito. Sempre que ceamos relembramos o sacrifício de Jesus (v.26); O propósito consiste em um sacrifício vivo, santo e agradável (Rm 12.1); Adorando ao Senhor em espírito e em verdade (Jo 4.23,24).
Autoexame. Examinar a própria vida é um exercício que dispensa a disciplina (v.28, 31); Não julguemos, para não sermos julgados (Mt 7.1,2); Deus é quem nos julga, nos conhece e nos disciplina (v. 32).
Comunhão. Comunhão promove avivamento e pentecoste (At 2.1,2); Comunhão promove união, bem-comum e cumplicidade (At 2.42-46); Comunhão nos conduz ao verdadeiro sentido do perdão (Mt 6.12,14 e 15).