Tenho recebido muitos e-mails de leitores e irmãos na fé, me perguntando se existe e quais são as diferenças entre o missionário e o evangelista. Acredito que a dúvida paira sobre a maneira generalizada quando se fala sobre missões ou evangelismo, onde geralmente, todos são vistos como “missionários” ou “evangelistas” sem a evidência do dom ou ministério. É fato, que ambos estão envolvidos e essencialmente ligados à evangelização, mas a questão ministerial, ou seja, o exercício do dom é mais amplo e coerente, exigindo um esclarecimento mais detalhado e sensato.
Ouço em muitas reuniões de missões e em cultos evangelísticos (eu mesmo já falei, empolgado numa mensagem) que aqueles que contribuem financeiramente ou oram por missões são missionários, embora, em outra esfera. Na verdade é uma força de expressão, porque na prática, o missionário é de fato aquele que recebe da parte do Senhor (ministério ou igreja), a missão de realizar um trabalho específico num determinado lugar. O termo bíblico para designar aqueles que exercem este dom ministerial é Apóstolo (At 1.2; 4.33). Jesus é o nosso grande paradigma (Jo 20.21; Hb 3.1), seguido de outros grandes exemplos (At 13.1-4).
O que difere o missionário de um evangelista no sentido bíblico e prático, é que o missionário pode reunir em sua atuação, qualificações ligadas aos demais ministérios (I Tm 2.7), ou seja, enquanto o evangelista recebe um carisma específico para exercer o dom, o missionário engloba habilitações gerais evidentes nos demais ministérios (Veja o Estudo Bíblico: Os Dons Espirituais e Ministeriais). Compreendendo isto, se alguém se habilita a realizar a obra missionária por conta própria, ou seja, sai pregando o Evangelho com o argumento de que foi chamado para evangelizar, este deve ser considerado logicamente um evangelista (II Tm 4.5), porque prega o Evangelho, e não um missionário, já que não foi enviado.
De maneira geral, todo crente tem a responsabilidade de pregar o Evangelho. Porém, entre os santos, alguns são escolhidos por Deus para fazê-lo de forma mais dinâmica e eficiente (Veja o Estudo Bíblico: A Pregação do Evangelho). Por isso, em se tratando de ministério, isto é, chamada divina, o dom ministerial de evangelista é um carisma específico, que capacita o crente a disseminar de forma extraordinária as boas novas, portanto, algo sublime e especial, e não generalizado (II Tm 4.5; At 8.5,26-40; 21.8). Os dons espirituais e ministeriais são diversos, mas, apenas o Espírito Santo reparte a cada um, de acordo com a sua vontade soberana (I Cor 12.7,11), quando surge a necessidade ou ainda de acordo com o desejo do crente na busca dos dons (I Cor 12.31; 14.1).
Podemos apresentar ainda, outra diferença; a atribuição peculiar de um missionário em representar o Ministério e a Igreja a qual lhe enviou ao campo. Eles representam diretamente os que oram e contribuem financeiramente com missões, e em relação a estes posso dizer com toda convicção que são imprescindíveis; absolutamente necessários para o avanço do Evangelho e desenvolvimento da obra missionária (I Tm 2.1; Ef 6.18 cf. II Cor 9.7,8). O que seria do sustento dos missionários se não fossem as orações e as contribuições? Já o evangelista não representa a ninguém neste sentido, porque a responsabilidade de pregar o Evangelho pertence a todo crente salvo em Jesus, embora muitos negligenciem o “ide” glorioso do Senhor (Mt 28.19,20; Mc 16.15).
Uma coisa precisa ficar bem clara, tanto o missionário (aquele que recebeu da parte do Senhor uma missão específica), como o evangelista (aquele que prega o evangelho; leva as boas-novas), como também àqueles que oram e contribuem com missões, precisam estar conscientes do chamado do Senhor e exercer com alegria o ministério que o Senhor lhes confiou.
Por Elder Morais.