A Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, baseado nesta afirmação, podemos desfazer qualquer questionamento ou argumento contra as suas verdades. Ela é o nosso único manual de fé, regra e prática, capaz de nos levar a um relacionamento íntimo e seguro com o Criador. Ao conhecê-la, podemos desfrutar da glória, da graça e da unção divina que nos enche de alegria, fortalecendo os nossos corações. Ao aplicá-la, podemos experimentar o poder transformador do Espírito Santo. A Bíblia dispõe de dois propósitos primordiais em sua essência. O primeiro desígnio é revelar o Criador à criatura. Depois, conduzir a criatura ao seu Criador, criando assim, como já foi dito, um relacionamento seguro e pessoal. Estudemos, então, as verdades incontestáveis sobre a Palavra de Deus, dividindo-as em três partes: A inspiração, estrutura e a inerrância do seu conteúdo (II Tm 3.16).
A BÍBLIA: DEFINIÇÃO E ESTRUTURA
Definição Teológica. Bíblia [Do gr. biblia, coleção de pequenos livros] É a revelação de Deus à humanidade. Não é um mero depósito ou repositório das palavras de Deus. A Bíblia é a Palavra de Deus.
Expressões bíblicas. Na própria Bíblia encontramos expressões que se referem à Palavra de Deus, são: Escrituras (Lc 24.45; Rm 1,2), A Palavra de Deus (Mc 7.13; Hb 4.12), Livro do Senhor (Is 34.16), As Sagradas Letras (II Tm 3.15), A Lei (Mt 12.5), As Palavras de Vida (At 7.38). Também encontras nomes que a representam: Luz (Sl 119.115), Espelho (Tg 1.23), Água (Ef 5.26), Ouro Fino (Sl 19.10), Fogo (Jr 23.29), Martelo (Jr 23.29) e Espada (Ef 6.17).
Estrutura Geral. A Bíblia contém 66 livros, divididos em duas partes: No Antigo Testamento, 39 e no Novo Testamento, 27 livros. Temos em sua divisão total, 1.189 capítulos e 31.173 versículos. A Bíblia foi escrita num período de dezesseis séculos (aprox. 1.600 anos) e cerca de 40 escritores com as mais variadas profissões e atividades como: reis, sacerdotes, profetas, pastores, soldados, pescadores, médicos, etc., que viveram em lugares distintos e em épocas e condições diferentes. Foram dois continentes, três línguas e em várias circunstâncias – tendas, aldeias, palácios, prisões, etc. Desde e primeiro (Moisés) ao último escritor (apóstolo João), foram anos e anos, onde o Espírito de Deus inspirou e guiou todos os escritores numa só direção: A revelação divina. Ela nos revela a história humana desde a origem, está presente no nosso dia a dia e descreve com clareza e precisão todas as notícias que serão estampadas nos jornais e revistas, tornando-se é um livro único, que expressa um só sistema doutrinário, padrão moral, coerente e sem contradições.
A INSPIRAÇÃO DIVINA
A origem da Bíblia foi uma decisão própria da vontade soberana de Deus em revelar-se à humanidade através da escrita e da linguagem humana, registrando os seus feitos, atributos, propósitos e poder. Foram várias dispensações (inocência, consciência, governo humano, promessa) onde através da sua Palavra (literalmente) Deus fazia promessas, alianças e exigências, a fim de se relacionar com o homem. Até então, não havia nada escrito, até que o nosso Deus decidiu registrar os seus feitos e propósitos, daí por diante, na dispensação da lei, os grandes homens de Deus, inspirados pelo Espírito Santo, passaram a descrever as revelações, promessas, pactos e realizações do poder de Deus. Moisés foi o primeiro escritor da Bíblia, ele escreveu o Pentateuco, recebendo do Senhor revelações profundas e poderosas, tais como: a criação do mundo, da natureza e do homem, as passagens que relataram a vida de Abraão, Isaque, Jacó, sua própria história, entre outros. (Êx 17.14; 34.1,27.
De acordo com a própria Palavra de Deus, não existe dúvida quanto à inspiração divina, pois seria impossível à condição e ciência humana tanta sabedoria, poder e revelação (Jr 36.2; II Tm 3.16; II Pe 1.21; Sl 119.105,160 cf. Mt 24.35; Jo 8.32; 17.17; Hb 4.12). Nenhuma profecia das Escrituras é de particular interpretação (II Pe 1.20).
A INERRÂNCIA DO SEU CONTEÚDO
A Bíblia Sagrada é a inspirada, infalível e completa Palavra de Deus, por isso não apresenta em sua essência e conteúdo, nenhum erro histórico ou cultural, teológico ou doutrinário, muito menos, ortográfico ou científico. Visto que a Bíblia tem sido alvo muitas aberrações e heresias humanas, a doutrina da inerrância bíblica vem defender e ratificar o poder e a inspiração divina revelada na Palavra de Deus. A Bíblia é infalível tanto nas informações que nos transmite quanto nos propósitos e reivindicações que apresenta, ela inspira-nos confiança plena em todo o seu conteúdo.
Não é de hoje, que muitas seitas e religiões, até mesmo indivíduos tentam questionar a inerrância da Bíblia e a própria história nos mostra isso. Os saduceus (Mt 22.23; Mc 12.18; Lc 20.27), os gnósticos (I Tm 1.4; 4.1-5; I Jo 4.3; II Jo v.7) e várias outras. O Senhor Jesus deu testemunho da infalibilidade da Palavra de Deus (Mt 24.35). Os apóstolos enfrentaram muitos desafios para defender, esclarecer e pregar a fé diante dos hereges. Pedro escreveu que muitas pessoas sem conhecimento e inconstantes distorciam a Palavra (II Pe 3.16). Muitos se desviam da genuína Palavra de Deus (II Tm 4.2-5).
A Bíblia é necessária para conhecer o evangelho (Rm 10.13-17), para sustentar a fé (Mt 4.4; Dt 32.47), para conhecer a vontade de Deus (Dt 29.29), para santificação (Ef 5.26), para edificação (At 20.32). Suficiente, pois nenhuma nova revelação será dada além da que nos foi revelada e tudo o que o homem precisa saber para salvar-se se encontra revelado nela. Nada deve ser acrescentado ou diminuído da Bíblia (Dt 4.2; Pv 30.5,6; Ap 22.18,19). Nenhuma outra fonte é necessária além da Bíblia.