Sobre a problemática do divórcio, os
"pseudoteólogos" se perdem ao tentar acomodar (adaptar) as Escrituras
à realidade lamentável dos dias atuais. O divórcio não pode ser visto como
solução, desculpa ou pretexto para justificar os erros cometidos no âmbito
conjugal ou familiar, não importando a natureza dos erros, se involuntário ou
malicioso. Não é necessário acrescentar às Verdades Sagradas nenhuma informação
que complemente o entendimento sobre este tema. Se lermos a Palavra com temor,
amor e devoção, nossa compreensão crescerá unida ao nosso conhecimento. Vejamos
o que nos ensina as Sagradas Escrituras sobre o divórcio (repúdio, separação,
litígio) e sobre a reconciliação:
Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É
lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? Ele, porém,
respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio
macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá
a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só
carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Disseram-lhe eles:
Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Disse-lhes
ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos “permitiu” repudiar
vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que
qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar
com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete
adultério (Mt 19.3-9 cf. 5.31,32). Qualquer que deixar a sua mulher e casar com
outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com
outro, adultera (Mc 10.11,12). Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra,
adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também (Lc
16.18). Todavia, aos casados mando não eu, mas o Senhor, que a mulher não se
aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se
reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher. Mas aos outros digo
eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em
habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele
consente em habitar com ela, não o deixe. Porque o marido descrente é
santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de
outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos (1 Cor
7.10-14).
É claro, que por
"conveniência" pessoal, muitos estão tentando justificar o divórcio
como alternativa legal ou natural para um "recomeço". Mas o fato, é
que não há como adaptar a realidade bíblica à realidade mundana, porque o
casamento é uma instituição divina, e ainda que para a sociedade seja vista
apenas como um acordo ou contrato, o propósito divino em trazer aos homens a
felicidade passa pelo casamento, vivido logicamente de maneira legítima e
digna, resultando na edificação familiar (Mt 19.5,6; Mc 10.8; Ef 5.31 cf. Gn
2.24). A Bíblia é clara quando afirma que Deus aborrece (odeia) o divórcio (Dt
24.1-4; Is 50.1; Jr 3.8; Ml 2.16). É deplorável, quando os “convenientes”
tentam usar a "fornicação" como brecha para o repúdio, se afastando
do poder reconciliador do perdão. Se na esfera psíquica existem casos e casos,
na doutrina viva das palavras de Jesus existe amor, perdão, reconciliação e
restauração (Mc 11.25; Lc 6.37; 2 Cor 5.18; Ef 4.32 cf. Mt 6.12). Lemos em Ap
21.5: "Eis que eu renovo todas as coisas", diz o Senhor. Mesmo diante
dessa linda e preciosa verdade, eu sei que talvez alguns aleguem que existe um
"abismo" entre a “teoria” bíblica-cristã e a “prática” deletéria, vista
e vivida por muitos nos dias atuais. Eu, porém insisto: Se vivêssemos e
praticássemos dignamente a preciosa "teoria" ensinada nas Escrituras,
não sofreríamos as amargas consequências dessas práticas enganosas e evidentes
nessa triste realidade mundana e social. Voltemos ao evangelho puro! Voltemos à
Palavra!
Por Elder Dayvid Morais.