Não é novidade que anunciar as boas novas é algo singelo
e especial para todo verdadeiro cristão. Através do “ide” glorioso do Senhor
Jesus, recebemos a responsabilidade de pregar o evangelho a toda criatura, em
todos os lugares, a tempo e fora de tempo (Mc 13.10; 16.15; 1 Cor 9.16; 2 Ti
4.2 cf. Mt 24.14). A questão é que nem todos os que professam fé cristã estão
dispostos a assumir tal responsabilidade, talvez por negligência, timidez ou
por omissão, o fato é que a maioria não se deu conta desse privilégio e perdem
grandes oportunidades de falar de Jesus às pessoas ao redor.
Nos últimos dias, temos refletido e discutido sobre os
mais variados métodos de evangelismo que nos permitam comunicar de forma eficaz
a verdade ao pecador, de sorte que o mesmo compreenda o plano de Deus para a
humanidade. É claro que a nossa missão é “apenas” pregar a Palavra, pois é o
Espírito Santo quem convence o homem do pecado (Jo 16.8,9). Todavia, precisamos
analisar alguns aspectos importantes na preparação e envio dos “evangelistas”,
isto é, daqueles que semeiam as boas novas, já que o avanço da tecnologia, da
informação e da rede social nos trouxeram grande conflito. O tal conflito, ao
qual nos referimos, é a “administração” das vantagens e desvantagens no uso
dessas ferramentas, da aproximação entre o êxito e o caos, entre a ingenuidade
e a ignorância, entre a crença e a dureza de coração. Há semelhanças entre a
perseguição e a liberdade religiosa, pois ambas refletem a cegueira e a
ignorância bíblica e espiritual das pessoas, misturando as concupiscências com
a incredulidade e a própria religiosidade com a desobediência à Palavra de Deus
(Mt 22.29; Mc 12.14).
O verdadeiro evangelho é tão simples quanto poderoso,
pois impacta a vida daqueles encontram a verdade absoluta em Cristo (Jo 14.6;
At 4.12). O aumento exacerbado das heresias, doutrinas estranhas e falsas
manifestações no seio das mais variadas denominações e seitas, trouxe grande prejuízo
espiritual e doutrinário no contexto cristão religioso, já que a grande maioria
das interpretações e ensinos vão de encontro ao evangelho simples ensinado por
Jesus, pois estão cheios de malícias, conveniências e idolatria. Baseados em teologias
baratas, onde o servo é patrão e o Senhor é submisso às “declarações da fé”, a
maioria dessas igrejas se embaraçam no próprio engano e na religiosidade falaz,
propagando ilusões e não o evangelho (1 Tm 4.1,2; 6.3-5,20; 2 Ti 3.1-5; 2 Pe
2.1-3 cf. 2 Cor 11.13-15).
A sutileza de novos supostos evangelhos foi predita e
descrita pelo apóstolo Paulo na carta aos gálatas e serve de antídoto contra
essa prática muito comum nos dias atuais (Gl 1.6-10). Não podemos conceber um
evangelho midiático e moderno, onde a essência do evangelho de Cristo é negada a
todo o tempo, através de ações e ensinos que trazem constantes escândalos,
confusões e incredulidade aos corações (2 Tm 3.5). Não podemos confundir métodos
eficazes de evangelização com o pragmatismo evidenciado em muitas igrejas, pois
nem tudo o que “dá certo” tem a ver com o evangelho. Há muitos que estão usando
os textos sagrados como pretextos para “cair na folia” e desfrutar de tudo o
que o mundo oferece sob proteção e “aprovação” divina (2 Ti 4.3,4).
A igreja de Cristo é santa e não comunga com as coisas
desse “mundo” (2 Cor 6.14-18; Tg 4.4). Precisamos aprender com as dificuldades
e seguir pregando o evangelho de Cristo com alegria, temor e amor, a fim de
conduzir os homens aos pés de Cristo, ao conhecimento da graça de Deus.
Voltemos ao evangelho simples! Voltemos à Palavra!
Por
Elder Dayvid Morais