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MUITOS AO REDOR, POUCOS AMIGOS.

Não eram poucos os que queriam conhecer um "Jesus" revolucionário, socialista, milagroso, curandeiro, profeta e até rei. Em meio a tantos interesses e expectativas, cabe aqui a seguinte indagação: Quem dentre todos queria um Jesus amigo? Quem realmente queria ser amigo de Jesus? Não é exagero afirmar que mesmo cercado de muitas pessoas, Jesus tinha poucos amigos. Um misto de sentimentos movia as pessoas ao redor do Senhor, que há cada instante se deparava com a curiosidade de alguns, a inveja de muitos e a desconfiança de outros, muito embora também despertasse a fé, a admiração e o temor nos corações carentes e humildes.
Por questões óbvias, tanto do ponto de vista meramente humano, quanto religioso, a autoridade, a doutrina e os milagres de Jesus deveriam atrair as pessoas, não afastar. Até certo ponto a atração fluiu naturalmente enquanto a relação não exigia reciprocidade, renúncia ou abnegação. Quando Jesus elevou o tom da sua doutrina, muitos simplesmente o abandonaram, já que os seus ensinos e parábolas fascinavam os humildes, enquanto confundiam os hipócritas, e suas repreensões despertavam o temor em corações submissos, enquanto despertavam o furor dos religiosos.
Se evidenciou então, o ponto crucial da relação entre Jesus e os seus seguidores, pois enquanto o Mestre queria amigos, o calor humano, a companhia, muitos só queriam o que lhes convinham. Logo tal problemática não partia das ações de Jesus, mas de como eram vistas pelos que o seguiam. Pelo visto, as conveniências despertavam o apreço de uns e o desprezo de outros, os interesses pessoais geravam o desdém de muitos e a admiração de poucos. Infelizmente para muitos, por mais que Jesus fizesse o certo, o belo, o esplêndido, só teria importância se atendesse às suas conveniências ou pontos de vista.
Por que isso seria diferente na vida de um pastor que se propõe a doutrinar, exortar e apontar um caminho estreito para o céu? Vivemos uma época em que muitos julgam os seus pastores pelo que os outros dizem, outros julgam por impressões pessoais, interpretações relativas e egoístas ou mesmo pela aparência, mas o fato é que há pouca vontade de compartilhar sem interesses, de se aproximar sem querer algo em troca. Muitos querem um pastor do “seu jeito”, que atenda às suas expectativas sociais, políticas ou religiosas, esquecendo de um detalhe importante na vida espiritual, de que Deus não dá igreja a pastor, Deus dá pastor à igreja (Jr 3.15; Hb 13.7,17). Pastores levantados pelo Senhor Jesus não precisam de bajuladores ou meros seguidores, mas de amigos, companheiros, que mesmo divergentes em algumas situações, evidenciam uma relação de estima e consideração.


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