Jesus evidenciou em seu ministério, uma característica pouco
comum entre os obreiros nos dias atuais. Estamos falando da discrição das suas
ações que contrastava com exibicionismo dos fariseus, hipócritas e religiosos
daquela época. É comum nos dias atuais, assistirmos a um verdadeiro espetáculo
de propagandas que superestimam os milagres, o show de exibicionismo que infla o
ego em muitos corações e a “contagem” ou apresentação de feitos que mais
promove a vaidade ao invés de humildade. Embora a fama de Jesus tenha crescido
vertiginosamente (Mt 4.24,25; Mc 1.45; Lc 7.17), Ele nunca se interessou pela popularidade,
tampouco em promover-se diante dos homens, muito pelo contrário, houve situações
em que ele pediu ou mesmo impediu que àqueles que haviam sido agraciados e até
mesmo os demônios “falassem” acerca dEle (Mc 1.34,43).
Não são poucos os que fazem o seu trabalho com modéstia, prudência
e sensatez, em compensação, alguns se avexam em divulgar suas façanhas adornadas
de uma estranha facilidade, numa verdadeira corrida contra o tempo para apresentar
resultados, esquecendo-se dos princípios revelados por Jesus, que norteiam a
nossa vida espiritual e o ministério pastoral. Cristo nos ensinou a buscar e
servir a Deus com discrição, com singeleza, para que assim, sejamos
recompensados por Ele publicamente, ou seja, nos mostrou um caminho totalmente
oposto daqueles que almejam ser louvados pelos homens, recebendo em suas
próprias intenções a devida recompensa (Mt 6.1-21). Jesus também nos ensinou, a
valorizar o nome escrito nos céus ao invés de enaltecer os méritos de uma
missão (Lc 10.20).
Aprendemos com isso, que quanto maior a propaganda, menor a maturidade
diante dos desafios; quanto maior a exibição, menor a importância das nossas
ações diante de Deus. Faço, então, uma observação pertinente: Não podemos
confundir exibição com exposição, pois enquanto na exibição os homens são
louvados, na exposição os homens são usados por Deus para o louvor da Sua
glória. A exposição tem por objetivo maior exaltar ao Senhor, enaltecer os Seus
feitos, aumentar a nossa fé e fortalecer a nossa vida espiritual. Já a exibição
tem endereço certo no coração dos homens que se curvam à bajulação, ao
apadrinhamento e aos interesses pessoais.
Obreiros que esperam a recompensa dos homens desmerecem o
próprio ministério, enquanto àqueles servem ao Senhor verdadeiramente, mesmo
que estejam por trás do muro ou “no campo cuidando das ovelhas de seu pai”, seja
na casa de Potifar ou mesmo na prisão, terão recompensa das mãos do Senhor
nosso Deus. Que possamos nos afastar do exibicionismo que tanto macula o nosso
ministério, e valorizar a genuína exposição das grandezas do Senhor em nossas
vidas, dando testemunho do evangelho de Cristo. Que jamais esqueçamos: Quem
salva é Ele, quem cura é Ele, quem batiza é Ele! Somos apenas instrumentos de
justiça nas mãos do Senhor! Apenas servos, nada mais.
Pr. Elder Morais